A única coisa que pude notar de imediato, era o quão diferente ela podia ser de todas as garotas com quem já estive. Realmente eu nunca havia tido uma noite tão natural, tão divertida, sem precisar de nada pra agrada-lá. Ela gostava de mim como eu realmente era, e da simplicidade das coisas. Não se preocupava com futilidades como a maioria das garotas com que eu estava acostumado.
Me agradava seu jeito, de como quem não ve maldade em nada, só está ali pra se divertir, pra ela há um mudo perfeito lá fora. Onde as pessoas esbanjam felicidade. Na despedida perguntei quando nos veriamos novamente, com aquele sorriso timido porêm alegre ela nada respondeu, beijou-me o canto dos lábios e continuou andando, rumo a calçada, chovia muito e ela segurava seu guarda chuva com tamanha delicadeza, que qualquer um acharia que é uma dama, uma princesa. Nessa época do ano a rua sempre fica cinzenta, sem graça, a única coisa de belo que reparei nesses dias por lá foi ela, uma moça mediana com os cabelos castanhos e uma delicadeza enorme no jeito de se mover. Dobrou a esquina, não podia mais vê-la e isso era estranho, sera que já sentia saudades dessa garota? Será que ela em uma noite conseguiu fazer o que mulheres em anos não conseguiram? Será que eu amava essa garota?
Entrei, tranquei as portas e sentei na mesma poltrona em que haviamos feito amor essa noite, acendi um cigarro e voltei a pensar nessa loucura, nessa garota destemida, porem frágil. Minha vontade era de passar o resto da minha vida tentando protegê-la, cuidando para que ela nunca perca essa visão do mundo, que a fazia tão feliz e que por um instante me aliviava.
Dei o ultimo trago no meu cigarro, peguei um casaco e sai, eu tinha que vê-la novamente, ao andar pelas ruas, meu olhar a procurava, como se fosse possivél encontrá-la por ali, não era, mas meu olhos teimavam comigo e a procuravam em cada esquina, cada loja por qual eu passava, não eu não a encontraria ali, porêm sabia onde encontrá-la e era pra lá que meu corpo estava se dirigindo...